E ano que vem, o que muda?
Existe uma mística em torno da virada de ano, mais um fim e recomeço.
Calculamos rotas e lançamos metas… Como alpinistas, visamos o cume, apesar de sempre haver uma proxima montanha. Essas convenções/fronteiras são necessárias para superarmos desafios e expandirnos a perspectiva do real, do possível.
Calendarios solares, lunares, dias e semanas… Já atravessamos eons sob a regência de Zeus, Cronos, do Fértil Beija-flor e da Cabaça criadora.
O tempo é o tempo e talvez seja uma alucinação. Preenchendo a sala de estar com móveis, fica mais difícil prestar atenção no silêncio. Daí vem o péssimo hábito de subestimar o que somos e o que é.
Não acho necessário passar a borracha nas linhas da calçada. Mas também nao evito tocá-las, nao me intimido. Luto contra as manias em defesa da loucura. Pois um passo pode unificar dois universos, tudo nasce e morre na comunicação. Pretendo seguir alinhavando, com um olho acima dos muros e outro entregue ao brilho enebriante das festas de fim de ano.
Vamos brindar a mais um dia! Mais uma dança dos astros! Mais uma chance!